Foram dez meses em casa, recebendo remuneração sem benefícios. Apesar da militância forte do sindicato, poucos tinham esperança de retornar. Quem confiou no trabalho do sindicato apostou certo e hoje comemora: “nunca perdemos a esperança, sabíamos que o sindicato não aceitaria nossa demissão”, diz o metalúrgico Jobson Conceição, satisfeito com a volta ao trabalho.
A repercussão econômica foi grande com o layoff, até o comercio local padeceu, com a queda de 60% no faturamento depois da extinção do terceiro turno. Mas isso é passado. A ação ferrenha do Sindicato impacta também diversas categorias, e novas vagas foram abertas. Seguranças patrimoniais, agentes de limpeza, funcionários de refeitório e motoristas de ônibus foram contratados para atender ao numero, 415 maior, de metalúrgicos.
O Sindicato fez questão de vir dar as boas vindas, e as cinco da manhã já estava nos portões da fabrica. “Quase um ano de luta, e não há como afastar a emoção nesse momento. Tivemos que vencer duas barreiras: a peleja com o patrão e a desconfiança dos associados. Plantaram na mente deles que em janeiro todos estariam demitidos. Hoje fiz questão de vir aqui mostrar que não há demissão, e sim reintegração. ”, diz Julio Bomfim, presidente do STIM Camaçari.
“Num período onde fabricas grandes como a Tigre estão fechando as portas, onde varias demissões tem havido, num país onde economia e o cenário político só pioram, de fato é uma vitória. Somados aos que trabalhadores que conseguimos manter e integrar antes, são mais de 800 pais e mães de família com seu emprego garantido”, encerra com emoção o presidente.
Autoria: Visão Diária / Ana Fabricia